Visitar Aljustrel é viajar ao centro da natureza humana. A meio da planície, um cerro dominante que outrora albergou um importante castelo, anuncia a quem se aproxima de longe, que ali existe algo de extraordinário.
Uma das mais antigas povoações de Portugal, duas colinas, um vale, casario em socalcos, paisagens a perder de vista e um passado milenar… É Aljustrel do alto da Senhora do Castelo. Estamos no coração do Baixo Alentejo e o forasteiro que aqui se coloca, olha à sua volta e deslumbra-se com a vasteza dos campos, o oceano das paisagens e a planície a perder de vista.
A Ermida da Nossa Senhora do Castelo, considerada um verdadeiro ex-líbris da povoação, vem referida na visitação da Ordem de Santiago de 1482, tendo sido a sua denominação alterada, a partir de 1510 para Nossa Senhora do Castelo. A Ermida e a sua área envolvente, que inclui as ruínas do Castelo (islâmico), foi classificada, em 1992, como Imóvel de Interesse Público.
Do Património Religioso da Vila há a destacar, ainda, a Igreja Matriz ou de S. Salvador. Construída no século XV, é um dos maiores templos portugueses de uma só nave, com abóbada lisa que assenta em paredes de mais de dois metros de espessura. O painel de azulejos (século XVII), frontal do altar-mor, atribuído a Gabriel Barco, foi classificado, por Simões Santos como peça de extraordinário valor artístico. Existe também, a Igreja da Misericórdia, um monumento do século XVII de estilo renascentista. Esta foi centro de assistência aos doentes e era o lugar onde se realizavam as cerimónias religiosas da Semana Santa.
O Património Religioso situa-se, todo ele, na zona histórica de Aljustrel, onde se localiza também o Museu Municipal e a casa da histórica personalidade Brito Camacho.
A identidade de Aljustrel é, também ela, caracterizada pelos seus moinhos de vento ao redor da povoação. Do Moinho do Malpique, o mais emblemático, pode-se desfrutar de uma vista deslumbrante sobre a vila, o seu património mineiro, vestígios da exploração antiga, designadamente os malacates, chaminé transtagana, bairros mineiros, assim como uma vasta planície.
A mais relevante identidade aljustrelense, porém, não está acima do horizonte, mas sim nas entranhas da terra. É a rudeza da actividade de extracção mineira que nos últimos dois séculos envolveu toda esta região, ditando-lhe a maior ou menor grandeza do ganha-pão e moldando-lhe os hábitos e as tradições.
Conhecida desde tempos imemoriais pelas suas jazidas mineiras, não há certezas quanto à época em que estas terão começado a ser sistematicamente exploradas. Contudo, é com a ocupação romana entre os séculos I a V d.C. que se iniciou a exploração em larga escala do minério, que era fundido no local e posteriormente transportado para Roma. Desta ocupação existem numerosos vestígios, nomeadamente o “Chapéu de Ferro”, Chaminé Transtagana, Cementação e as escoriais da mina de Algares, onde foram encontradas duas placas em bronze, que contêm as normas que regiam aquele Couto Mineiro, então designado por Vicus Vipascensis.
Outros locais de grande beleza a merecer presença do visitante é a Biblioteca Municipal, as Piscinas Municipais, o Jardim 25 de Abril, a Praça da Resistência, o Mercado Municipal e a Central de Compressores com maquinaria já desactivadas e estruturas de apoio à mineração.