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Igreja Matriz ou de São Salvador
A Igreja Matriz ou Igreja Paroquial de São Salvador, situada no centro histórico da Vila constitui um dos maiores templos portugueses de uma só nave com abóbada lisa que assenta em grossas paredes com mais de 2 metros de espessura, tendo o edifício 23m de comprimento e 10 de largura.
O seu estilo é maneirista. O Frontal do altar-mor, onde se encontra a imagem de S. Salvador, orago da Freguesia, é formado por um painel de azulejos de desenho e pintura policroma do séc. XVII, estando classificado como peça de extraordinário valor artístico.
Tem à esquerda do altar a Capela de Nossa Senhora da Conceição, mandada edificar pelo escudeiro Diogo Coelho. Esta capela esteve durante muitos anos fechada para o interior da Igreja Matriz e aberta para o adro, funcionando como capela mortuária do cemitério ali existente.
O edifício primitivo deste templo, assim como a capela interior teriam sido construídos no séc. XV, pois os documentos mais antigos em que consta a sua existência datam de 1478. É igualmente referido nas visitações de 1482 e 1510 efectuadas pela Ordem de Sant’Iago. De acordo com os documentos da visitação de 1565, teria começado a ser construído no mesmo local um novo edifício da Igreja Matriz em 1546, tendo sido concluído em 1559.
Santuário de Nossa Senhora do Castelo
Do cimo do Monte desfrutamos de uma paisagem magnífica, sobre a Vila de Aljustrel e campos em redor. Na sua envolvente podemos observar as ruínas do Castelo Islâmico, e o marco geodésico ou “ Gurita” ou “Guarita” construída em 1802, ao tempo das invasões francesas, e dos mais antigos de Portugal.
A Capela, no inicio de Santa Maria do Castelo, passou no primeiro quartel do Sec XVI a ser denominada de Nossa Senhora do Castelo, segundo as referencias que constam nas visitações da Ordem de Santiago.
Os azulejos do tipo “tapete” são do Sec XVII.. Após o terramoto de 1755 que provocou alguns estragos, a ermida foi reconstruída, e presume-se que o altar seja dessa época pelo facto de apresentar características barrocas.
A escadaria foi construída nos anos 40 do Sec XX e nos finais dos anos 80 a abertura de valas para electrificação da zona envolvente, pôs a descoberto materiais de origem medieval, nomeadamente cerâmicas e ossos de animais.
Nos anos 60 do Sec XX a zona do altar desmoronou-se tendo sido então construída a parte inferior em alvenaria e aproveitada toda a madeira da parte superior e reconstituído o retábulo que foi pintado tal como todo o interior da ermida.
As imagens foram alvo de um tratamento de conservação em 1996, efectuado por técnicos especializados.
Ao cerro de Nossa Senhora do Castelo estão associadas lendas, milagres e aparições para além dos vários escritos em prosa e poesia que são dedicados ou mencionam a imagem venerada, de escritores aljustrelenses, dos quais destacamos Brito Camacho, Santos Luz, João Fortunato, Francisco Rasquinho. A Ermida e a área envolvente do castelo estão classificadas como imóvel de interesse público desde 1992.
Igreja da Misericórdia (Nossa Senhora das Dores)
Este templo do séc. XVII de estilo renascentista possui um notável interesse histórico e artístico. A sua traça arquitectónica, onde sobressai o seu admirável portal, identifica-o com o período Tardo Renascença.
No interior destaca-se uma bela abóbada em arestas cruzadas que atinge a sua melhor expressão na capela mor. No altar existe uma linda imagem de Nossa Senhora das Dores e na capela-mor alguns quadros da escola Maneirista sobre a Anunciação à Virgem, o Nascimento, Sepultura e Ressurreição de Cristo.
No corpo da igreja, existe outro quadro que representa a Visitação de Nosso Senhor a Santa Isabel, o qual tem especial interesse, não só pelo seu valor real, mas porque documenta a data de uma festa realizada, anualmente, no dia 2 de Julho, em honra de Santa Isabel, quando eram recebidas as rendas e os foros das herdades que a Misericórdia possuía e eram distribuídas esmolas aos pobres, conforme vontade dos vários doadores de bens à Santa Casa.
Esta igreja foi também centro de assistência religiosa aos doentes, de oração pelos que doavam os seus bens à Misericórdia e lugar onde se realizavam as cerimónias religiosas da Semana Santa, cujo ponto alto era a procissão do “Enterro do Senhor”. No seu púlpito ecoaram as vozes dos melhores oradores dos conventos de S. Francisco e do Carmo, de Beja.
Fica situada no centro histórico da vila de Aljustrel, na praça 13 de Janeiro (de 1898 - data da restauração do concelho de Aljustrel, que tinha sido extinto em 25 de Novembro de 1895). Nesta praça, anteriormente designada por Praça da Vila, onde outrora existia o pelourinho, realizavam-se, no séc. XIX, concorridas touradas inseridas nas festas em honra de S. Luís.